3 de outubro de 1855
Aparece em Petrópolis o terrível “Colera Morbus”, trazido do Rio de Janeiro por um colono. As primeiras vítimas da terrível epidemia foram o colono Miguel Breuer, sua esposa Catarina e seu vizinho João Neusseuis.
O Visconde de Baipendi, Presidente da Província, nomeou uma Comissão Sanitária, para providenciar as medidas necessárias, chefiada pelo Dr. Manuel Melo Franco, comissão esta que realizou visitas domiciliares e providenciou inspeção médica nas casas comerciais, além de montar uma enfermaria pública, instalada à Rua Montecaseros.
O Dr. Napoleão Thouzet, assumindo a chefia da referida enfermaria conquistou vasto renome por seu humanitário trabalho, realizado dentro e fora da referida enfermaria, sendo agraciado por decreto imperial com o grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo.
Foram atacadas pelo mal cerca de 360 pessoas, registrando-se 31 óbitos na cidade.
6 de outubro de 1879
Nasceu em Petrópolis o cientista Antônio Cardoso Fontes, filho de Antônio Fontes e Maria Cardoso Fontes. Em nossa cidade iniciou seus estudos no conceituado Colégio do Padre Benedito Moreira. Posteriormente freqüentou no Rio de Janeiro o Colégio São Bento e, em 1897, matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, graduando-se em 1903, com a tese “Vacinação e Soroterapia Antipestosas”.
Foi um dos grandes colaboradores de Oswaldo Cruz em Manguinhos, cuja direção assumiu em 1935. No ano seguinte, com a colaboração de um grupo de colegas fundou a Faculdade de Ciências Médicas, tornando-se professor da mesma e seu primeiro Diretor.
Participou de vários congressos internacionais, proferiu um grande número de palestras e publicou cerca de 83 trabalhos científicos.
Foi fundador e primeiro Presidente da “Sociedade Brasileira de Tuberculose” e fez importantes descobertas ligadas ao “Mycrobacterium Tuberculosis”.
Em 1942, com a saúde bastante abalada, recebeu de Sua Santidade o Papa Pio XII o título de membro da “Academia Pontifícia de Ciências”. Faleceu na madrugada de 27 de março de 1943, no Rio de Janeiro, onde foi sepultado.
8 de outubro de 1848
Foi criada a Agência dos Correios em Petrópolis, para atender ao seu grande desenvolvimento, ficando a cargo do Agente Corrêa Lima, cidadão português, que exerceu suas funções durante 41 anos.
Em 1881 Petrópolis ganhou seu primeiro carteiro oficial: José Bento de Araújo, que exerceu suas funções durante quatro anos, sendo substituído por Emídio Francisco de Morais que permaneceu no cargo por 26 anos.
A Agência dos Correios funcionou em vários locais: inicialmente no prédio da Diretoria da Colônia e na residência do Agente Correia Lima, posteriormente na Rua de Bourbon, atual Rua Dr. Nelson de Sá Earp, de onde mudou-se para o terreno hoje ocupado pelo Fórum e em seguida para a Rua D. Januária, hoje Marechal Deodoro. Em 1889 funcionou num prédio da Rua Paulo Barbosa e em seguida, na mesma rua, mudou-se para um prédio onde hoje se encontra o edifício Rocha.
15 de outubro de 1875
Nasce em Petrópolis D. Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança, o Príncipe do Grão Pará, filho da Princesa Isabel e do Conde D’Eu.
Teve como preceptor o ilustrado Barão Ramiz Galvão e aos 14 anos partiu para o exílio, em companhia de seus familiares.
Na Áustria, fez o curso militar e entrou para o exército austríaco, no qual serviu com grande distinção.
A 14 de novembro de 1908 casou-se em Versalhes com D. Maria Elizabeth Adelaide, Condessa de Dobrezensky, na Bohemia.
Em Petrópolis, era sempre figura obrigatória nas comemorações e realizações locais, sendo muito admirado pela maneira afetuosa e simpática com que sempre se dirigia aos seus compatriotas.
Deve-se a ele um dos gestos mais simpáticos por ocasião da partida da Família Imperial para o exílio, quando sugeriu ao avô D. Pedro II, “a idéia de soltar-se uma pomba branca, em alto mar, a fim de que levasse as últimas saudades da família imperial, para o Brasil”.
O Príncipe do Grão Pará faleceu em Petrópolis, a 29 de janeiro de 1940, sendo sepultado com todas as honras no Cemitério Municipal.
19 de outubro de 1562
Morte de São Pedro de Alcântara, em Arenas, aos 63 anos de idade.
Todos os anos, nesta data, os petropolitanos comemoram São Pedro de Alcântara, um dos mais virtuosos santos da Igreja de Cristo, que é o padroeiro do Império , patrono particular de D. Pedro II e também o orago de nossa Catedral.
Pedro de Alcântara nasceu na cidade espanhola de Alcântara, localizada na fronteira com Portugal, em 1499. Por vontade do pai, teria seguido a carreira jurídica, mas sua vocação religiosa o levou a tomar o hábito de São Francisco de Assis, fazendo-o com tal disposição de espírito que, aos vinte anos, foi nomeado superior do Convento de Badajoz
Na época em que viveu, a Igreja procurava realizar uma renovação da vida espiritual através da oração, visando permitir, conforme observam alguns estudiosos, que “os homens vivessem mais intensamente, mais ardentemente, mais individualmente, com o Salvador, n’Ele e por Ele”.
Frei Pedro escreveu um Tratado da Oração e da Meditação que muito orientou seus seguidores conhecidos como Alcantarinos, que se espalharam pela Espanha, Portugal, parte da Itália e possessões espanholas.
Frei Pedro foi um dos reformadores da Ordem Franciscana, restabelecendo o espírito de pobreza, humildade e penitência e o grande conselheiro de Santa Teresa de Ávila em sua reforma da Ordem das Carmelitas, além de ter fundado o Convento de Pedrosa em 1555.
Por sua intercessão Deus operou muitos milagres, os quais foram reconhecidos pela Igreja, que o canonizou, em 1669.
21 de outubro de 1889
Faleceu em Petrópolis Irineu Evangelista de Souza, Visconde de Mauá. A morte do grande brasileiro foi assim narrada pelo historiador João Roberto d’Escragnolle: “Em fins de 1889, numa tarde dos últimos dias de outubro, um ancião, com passo vagaroso e incerto, apoiava-se no braço de uma senhora, dirigindo-se à estação de Petrópolis… Esse ancião era o Visconde de Mauá que ia acabar os seus dias, a sua existência útil à pátria, em Petrópolis, onde então residia”.
Em 1850, Mauá adquiriu para seu domicílio uma casa de pedra e cal à Rua da Imperatriz, nela residindo durante alguns anos até a conclusão do palacete, cuja construção iniciara defronte à Praça da Confluência.
A casa que anteriormente servira ao Barão, mais tarde consideravelmente ampliada – a casa do jardim das pedras brancas – foi moradia de seu filho Henrique, pertencendo posteriormente ao Dr. Antônio Moreira da Fonseca. Hoje abriga o Centro de Capacitação Frei Memória.
Muito se tem escrito sobre os feitos de Irineu Evangelista de Souza, e muito mais ainda se poderá dizer sobre ele.
Há contudo um aspecto de sua vida que merece ser destacado. São os seus dotes generosos, condição invariável e marcante de seu caráter e o seu entranhado amor ao progresso que o levou a dizer em certa ocasião: “Quando um projeto é grandioso deve ser estudado; a consulta à caixa e aos livros vem depois; se a empresa é nobre, é útil, hei de encontrar os recursos precisos”.
26 de outubro de 1902
D. João Francisco Braga, toma posse da Diocese fluminense, com sede em Petrópolis. Múltipla, constante e laboriosa foi a sua atuação em Petrópolis, “quer dando às Irmãs do Amparo uma constituição eclesiástica para formar uma Congregação Diocesana”, quer realizando visitas pastorais às paróquias mais distantes de sua Diocese, quer publicando Cartas Pastorais, sempre com profundo conhecimento e lealdade aos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em 1907, com a mudança da sede da Diocese para Niterói, foi transferido para Curitiba, “onde durante 28 anos foi o Bispo e o Arcebispo zeloso, de espírito sobrenatural, humilde”.
Em 1935, resignou ao Arcebispado de Curitiba e retornou a Petrópolis, aqui passando os últimos anos de sua existência, já que faleceu no Sanatório São José, aos 13 de outubro de 1937.
29 de outubro de 1751
Inauguração da Capela de N. S. do Amor Divino no Rio da Cidade. A 29 de outubro de 1749, Manoel Antunes Goulão, fazendeiro no Rio da Cidade, esteve na Cúria Episcopal do Rio de Janeiro, a fim de obter licença para construir uma capela e um cemitério em sua propriedade.
A 29 de outubro de 1751, concluída a capela, nela foi celebrada a primeira missa pelo Padre Manoel Gonçalves Ramos.
Assim, a Capela do Rio da Cidade, consagrada a N. S. do Amor Divino, de 1751 a 1794, passou a ser o centro religioso daquela região, nela sendo celebrados casamentos, batizados e missas, sendo a Virgem venerada com amor por incontáveis fiéis.