Joaquim Eloy Duarte dos Santos, Associado Titular, Cadeira nº 14 –
A tristeza e a sensação de vazio bateu na alma esportiva petropolitana no dia 27 de junho.
Partiu, aos 90 anos, Paulo Guerra Peixe, magnífico desportista, admirável cidadão, exuberante comunicador, que respirava esporte permanentemente.
Sabia de tudo, conversador e animador da vida, era um sonhador entusiasmado com o fazer esportivo.
Amava transmitir os eventos esportivos, comentar os fatos da atividade, conceber ideias de busca do melhor e mais adequado para o desenvolvimento do esporte. Sua batalha diuturna em seu entusiasmo cativante, animava a formação de atletas e o desenvolvimento das atividades clubistas. Nunca desistia, nada o demovia, era um soldado sempre pronto ao combate.
Sua expressão facial estava sempre iluminada e os apertados olhos luziam em desejos de ser útil, de ajudar, de dignificar qualquer evento esportivo.
Era amigo de todos, convivia em permanente sintonia com os aficionados de qualquer modalidade esportiva. Sabia de tudo, discutia esporte com desenvoltura e conhecimento privilegiado.
Um extraordinário comunicador que fará muita falta.
E se a vida continua, tentemos dizer alguma coisa sobre o esporte petropolitano, como homenagem ao querido Paulo Guerra Peixe.
Nossos principais clubes estão se tornando centenários e cada qual possui incríveis feitos e histórias em seus registros.
Na última semana, a nossa Tribuna relembrou nomes que foram expoentes do futebol local, estadual, nacional e internacional, alguns nascidos em Petrópolis e outros com passagens pelos nossos clubes.
Ocorreram omissões, coisa muito natural por se tratar de matéria informativa, porém valiosa pelo levantamento de nossa tradição e vocação para o futebol. Não apareceu, por exemplo, o nome do Nena, petropolitano que brilhou no nível internacional. Quem se recorda do Nena?
E Petrópolis foi um dos municípios brasileiros inserido na fase pioneiríssima da introdução do futebol no Brasil.
O esporte em Petrópolis já experimentou fases memoráveis, além do futebol, com praticantes talentosos de vôlei, basquete, hóquei sobre patins, tênis, tênis de mesa, xadrez e outras modalidades.
Tivemos uma crônica esportiva atuante e até a Tribuna de Petrópolis circulou com uma Tribuna Esportiva, que marcou época no jornalismo fluminense. Felizmente as páginas de nossos jornais diários contemplam hoje bastante espaço ao esporte, em prova de sua vitalidade e importância para a cultura municipal.
O registro vai se perdendo e está na hora da criação de um Museu do Esporte em nosso Município.
Deve-se aproveitar a fase internacional de nosso País, abrigando nesta década várias competições de ponta e nosso ainda sonho de participar, para inaugurar o Museu do Esporte.
Os acervos estão por ai e muito já se perdeu; que o diga a LPD que – segundo me contaram – experimentou administrações desastrosas destruindo documentação fundamental para a nossa História.
O momento é este. Como realizar, são outros quinhentos…
O Museu, ou que nome venha a ter, já tem um nome para homenagear meritoriamente : daquele que foi esporte, sempre esporte, fiel registrador da melhor história da modalidade: Paulo Guerra Peixe. Ele, como ninguém, há de inspirar tal criação, para que seu nome e seu trabalho conquistem registro eterno e consagração definitiva.
Dá para pensar?.