Sabedoria

Joaquim Eloy Santos, Associado Titular, cadeira nº 14 –

A sabedoria oriental chega pouco até nós. Ouvimos falar de Confúcio mas pouco conhecemos sobre o que pensou, escreveu e ditou ao Oriente como puras verdades, tão simples de compreender porém tão difíceis de praticar no Mundo Ocidental, mais preocupado com a sua “superioridade” e com o radical desejo de incuti-la ao “inculto” fora da cartilha. Em nosso País, de infeliz política, o nome de Confúcio é confundido com Pafúncio, aquele personagem dos quadrinhos, marido da Dona Maroca, coisa tipizada pelo ex-presidente imediato, em sua verborragia inconsequente, tola e primária. Questão de nível, falta de pudor, ausência do desconfiômetro mais banal. E ele continua falando mesmo de garganta arranhada. O País espera que algum jornalista, do nível do Ponte Preta, do Millor, do Cavaca, do Nery, esteja coligindo a asneirada total da cada pronunciamento, para a edição de um novo livro, talvez sob o título “Febedolu”, ou “Festival de Besteiras do Luiz”… Confúcio retratou muito bem alguns homens brasileiros, em uma única sentença: “O homem superior vê o que é direito; o homem inferior vê o que lhe traz proveito”. A sentença cai como uma luva em nossa política, onde existem poucos postulantes sinceros em favor do País e centenas de cidadãos que só almejam proveitos próprios, qualificados, portanto, na segunda categoria. É de grande infelicidade a postulação de missão pública por aqueles que nem pessoalmente dizem porque estão vivendo em comunidade; alguns desprovidos de mínimo raciocínio; outros que apenas tilintam em suas registradoras do cérebro o aporte financeiro da função. Estamos nos últimos dias da expectativa eleitoral. As urnas eletrônicas esperam os votos e os candidatos se agitam com suas bandeirolas e cartazes; nos santinhos coloridos; em campanhas de dedo no olho do adversário… Felizes os sustentadores de placas que faturam um trocado para o final de ano. Infelizes os eleitores que estão indecisos, chateados, desmotivados… Alguns dizem que não votarão para reeleição de quem já esta lá, clamando por renovação total. É o tipo de coisa muito esquisita porque os candidatos – com poucas exceções – são os mesmos de eleições passadas. Deve-se considerar que nem todos os que estão com mandatos merecem o desprezo. Sempre se salva alguém que merece continuar representando o povo. E isso é componente do fator democrático, sob o qual nossos pleitos tem sido realizados. O maior problema é que os maus fluidos de cima contaminam boas intenções e nem sempre os eleitores aprovamo instituto da “legenda partidária”, por exemplo; ou o “segundo turno”; ou, ainda, a “urna eletrônica”, na qual nem todos acreditam; por último, a “reeleição” em todos os níveis, lembrando que na redemocratização de 1946, o mandato dos executivos era de 5 anos, de muito bom tamanho, ao qual não poderia retornar, abolindo-se a candidatura do titular em exercício para um segundo mandato, gerando essa esquisita disputa eleitoral que fere os candidatos sem a máquina eleitoral manipulada pelos governos, embora nos calcanhares da Justiça, esta sempre capenga e sem a devida e necessária força para uma ação fulminante e objetiva. Para ela desejam, até, uma adaptação especial do projeto “salvem as tartarugas”, para “salve a tartaruga”! Confúcio continua com razão, demonstrando que, tanto na China como no resto do mundo, tem prevalecido, na política, aquele que só deseja tirar proveito próprio e o País que…