O TEP PEDE PASSAGEM!
Joaquim Eloy Duarte dos Santos, Associado Titular, Cadeira n.º 14 – Patrono João Duarte da Silveira
O Teatro Experimental Petropolitano está de volta!
Eis a grande notícia que a Classe Teatral e a Cultura Petropolitana estão recebendo com santa receptividade.
Não quer dizer que o TEP estivesse paralisado totalmente nos últimos anos. Nem bem à terra, muito menos ao mar e safe-se quem puder nas alturas.
A verdade é que o Grupo Teatral, fundado no ano de 1956, andava meio sem direção artística e vivendo dias apenas administrativos, diante do esforço e da responsabilidade de Chico Scali, Vivi Pereira, Helaisse Magarinos e Viviane Moreira. Faltava ao TEP o trabalho artístico, haja vista que desde 1996 até 2004, quase uma década, apenas 3 lançamentos cênicos e uma e outra participação de alguns tepianos em elencos outros. Muito pouco para marcar presença e existência da famosa e histórica agremiação no movimento teatral do município.
Seus heróicos remanescentes resolveram relançar o TEP, reunindo-se em Assembléia Geral para definição de novos combatentes. Assim, Vivi Pereira, Silvio Rafael, Shirley Meirelles, Helaisse Magarinos, J. Eloy Santos, Carlos Sion, Janine Ramos, Chico Scali e Roberto Perrota foram eleitos e assumiram a nova Diretoria, com exercício até o ano de 2006.
Pois é, 2006 marcará a data do cinqüentenário do TEP e o fato deve ser muito e bem comemorado para que o Grupo siga adiante, no caminho do centenário.
Empossada a 2 de julho último – a Diretoria dos 50 Anos – entrou em franca atividade, iniciada pelo rescaldo do que sobrou, reorganização administrativa e uma série de medidas legais para a continuidade da única agremiação teatral de Petrópolis que sempre esteve e funcionou sob absoluta legalização como empresa cultural.
A re-entrada do TEP já está com data marcada: será em novembro próximo, para comemorar os 40 anos do Auditório Reynaldo Chaves, da Escola de Música Santa Cecília.
Explica-se essa simbiose TEP, Santa Cecília, Auditório Reynaldo Chaves: o Auditório foi construído no 4º andar do Edifício Paulo Carneiro para dotar a Escola de Música de um espaço para exibições artísticas, com 120 lugares. Na época (1964) o TEP funcionava na Escola de Música e assessorou a Diretoria na criação do espaço. Nos anos subseqüentes, o Grupo colaborou na melhoria e aparelhamento, encenou peças no local, ensaiou no palco, enfim, manteve-se sempre anelado à Escola de Paulo Carneiro. Na noite do lançamento do Auditório coube ao TEP organizar a programação, que constou de Música, Teatro e Literatura. O Grupo encenou a peça em 1 ato, de Rubem de Almeida Nobre, “Perdoar, Esquecer”.
Agora, na comemoração dos 40 anos do Auditório Reynaldo Chaves, o TEP remontará a peça de Rubem de Almeida Nobre, corporificando dois fatos: oportunidade de rever a deliciosa comédia e homenagem ao saudoso autor Nobre, tepiano e grande conselheiro e presidente do Conselho Deliberativo da Escola de Música. Tudo a ver, muito bem encaixado, excelente retomada de um belo passado sob a recordação de obras e vultos importantes da História do Teatro de Petrópolis.
O TEP retorna para continuar a formação de atores, a exibição de teatro em todas as manifestações, a participação no movimento teatral, do qual é o TEP um dos grandes responsáveis porque, em tempos de glória, foi o Grupo de 1956 que animou a atividade, buscou soluções, formou elencos que formaram outros elencos e surgiram grupos e cresceram participantes… Enfim, o momento é propício e o TEP não está de fora.
E, para não esquecer o Walter Borges, a nossa locomotiva que respirava e vivia TEP, às vezes correndo célere pelos trilhos sem obstáculos, ora ranhetando dificuldades acima com a cremalheira arrancando faíscas, a sua clássica frase, símbolo eterno do Grupo:
– No TEP ninguém entra, ninguém sai ; aparece e desaparece!..