A VILA DE PEDRO DO RIO
Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette
A Vila de Pedro do Rio, sede do atual 4º Distrito do Município de Petrópolis, surgiu nas terras pertencentes à Sesmaria de Joaquim José Pegado (1758).
Em mapas muito antigos, como a “Carta Topográfica da Capitania do Rio de Janeiro de 1767”, as terras do Sumidouro, Pedro do Rio e Barra Mansa formavam o “Sertão do Piabanha”, ocupado por índios bravos. Segundo nos informa Lamego, “a maioria deles pertencia à nação Puri, sendo possível que restos de tribos puris acuadas no planalto pela invasão dos colonizadores tenham escolhido a serra como refúgio” (1).
(1) LAMEGO, Alberto Ribeiro. O Homem e a Serra. Rio de Janeiro, IBGE, 1950, p. 126-127.
Assim, não sabemos ao certo quando a denominação Pedro do Rio começou a ser utilizada. Neste sentido, Francisco de Vasconcellos, num de seus interessantes trabalhos, faz o seguinte comentário: “Pedro do Rio, foi Antonio Luiz durante o século XVIII e princípios do século XIX. Lugar onde se deixa a margem do Piabanha. Ora, em Pedro do Rio acontece justamente isso, quando se pretende tomar o rumo do Secretário e daí o do Paraíba, rota da via ancestral” (2).
(2) VASCONCELLOS, Francisco de. Petrópolis, do embrião ao aborto
Canabrava Barreiros afirma, num de seus livros, que o atual Pedro do Rio correspondia ao Sítio do Alferes Caetano, mencionado por Cunha Matos “como um rancho, e casa pequena” (3).
(3) BARREIROS, Eduardo Canabrava. D. Pedro Jornada a Minas Gerais em 1822. Coleção Documentos Brasileiros, vol. 161, Rio de Janeiro, Livraria José Olympio, 1973, p.32-33.
Qual seria a origem do nome Pedro do Rio?
Reza a tradição que, mais ou menos no ponto ocupado pela estação ferroviária, hoje desativada, existiu um rancho, cujo dono acudia ao nome de Pedro; no Alto Pegado, outro rancho devia haver e, por coincidência, o respectivo proprietário também se chamava Pedro. Assim, a distinção se fez naturalmente, havia o “Pedro do Alto” e o “Pedro do Rio”.
A primeira especificação dos limites de Petrópolis é encontrada na Deliberação de 29 de março de 1844, quando Petrópolis pertencia à Freguesia de São José do Rio Preto. Tal deliberação dizia em seu Artigo 1º: “Fica criada na freguesia de São José do Rio Preto, do termo de Paraíba do Sul, mais uma sub-delegacia, que se denominará do 2º distrito de Petrópolis, com as divisas que se seguem: – Correrá a linha das divisões pela serra geral dos Órgãos ou da Estrela, desde o March até as cabeceiras do rio Paquequer Pequeno, até as do Piabanha; e por este, abaixo, até encontrar com a rocha que, na margem dele, forma o ramal da serra da Manga Larga, vulgarmente dita – Alto do Pegado – e topar com o morro do Taquaril; pelo cume da serra deste nome até ir ao território do Ribeirão de Santa Rita que verte no Paquequer Pequeno, compreendendo-se na sub-delegacia toda a bacia deste rio e do ribeirão, desde a barra até a Serra Geral” (4).
(4) RUDGE, Alfredo de Mattos. Cf. in: Revista da Academia Petropolitana de Letras. Petrópolis, ano l, nº 1, abril de 1934, p. 23.
A Lei nº 961 de 29 de setembro de 1857, elevando a povoação de Petrópolis à categoria de cidade, anexou o 2º distrito da freguesia de São José do Rio Preto ao novo município. Em conseqüência, este 2º distrito de paz e sub-delegacia de São José do Rio Preto, pela deliberação de 31 de dezembro de 1858, tomou a denominação de – 2º distrito de Petrópolis – considerando-se 1º , o da Freguesia de São Pedro de Alcântara, da mesma cidade.
Mais tarde, a deliberação de 24 de setembro de 1891, deu nova divisão à Petrópolis, criando dois distritos de paz e policiais, com as seguintes linhas de jurisdição: ” 1º distrito – Partindo do marco da Fazenda de Petrópolis, na serra da Estrela até à fazenda do Corrêa, abrangendo à esquerda as fazendas do Inglês, Rio da Cidade e Olaria, e à direita, as contra-vertentes do Município de Magé. 2º distrito – Da Fazenda do Corrêa à barreira do Taquaril, abrangendo, pela margem esquerda do Piabanha o lugar denominado Malta, a serra do Manga Larga até Pedro do Rio, e pela margem direita da serra do Taquaril, Cachoeira, Fazenda das Nuvens, Santo Antônio até as vertentes do morro do Imbui, incluindo-se a fazenda da Matta, a qual se acha encravada nesta área” (5).
(5) RUDGE, Alfredo de Mattos. Cf. in: Revista da Academia Petropolitana de Letras. Petrópolis, ano l, nº 1, abril de 1934, p. 26.
Em 1892, por força do Decreto nº 1, de 8 de maio, do mesmo ano, procedeu a nova divisão, estabelecendo seis distritos e incluindo entre eles o de Areal. Pedro do Rio, nomeado 4º distrito, compreendia “as terras limitadas pelas serras da Maria Comprida, Marcos da Costa e Malta, rio Fagundes, desde a sua nascente até encontrar os morros do Cambota e Cedro, pela vertente Sul, rio Piabanha, rio Taquaril, serra de Teresópolis, no ponto em que termina a linha de prolongamento do limite da fazenda do Sumidouro” (6).
(6) RUDGE, Alfredo de Mattos. Cf. in: Revista da Academia Petropolitana de Letras. Petrópolis, ano l, nº 1, abril de 1934, p. 27.
Muito pouco durou esta divisão, já que a 3 de junho de 1892, pelo Decreto 1-A, o anterior foi retificado, voltando Areal a fazer parte do município de Paraíba do Sul. Petrópolis foi dividida em cinco distritos: 1º Cidade; 2º Cascatinha; 3º Itaipava; 4º Pedro do Rio e 5º São José do Rio Preto.
Pedro do Rio, antes um antigo pouso de tropeiros, teve sua evolução ligada à Estação que ali estabeleceu a Companhia União e Indústria de Mariano Procópio Ferreira Lage, dotando-a de vastos armazéns para o depósito de gêneros.
As obras da referida estrada foram executadas sob a direção do engenheiro Antonio Maria de Oliveira Bulhões, sendo a 1ª seção, entre Petrópolis e Pedro do Rio, entregue ao tráfego público, em 18 de março de 1858, numa extensão de cinco léguas. A inauguração em tela contou com a presença do Imperador D. Pedro II e da Imperatriz D. Teresa Cristina que percorreram em carruagens todo o trajeto até Pedro do Rio, onde uma banda de música executou até o final da cerimônia diversas e escolhidas peças. O delegado de polícia deu os vivas de estilo, como era comum na época e, às onze horas, foi servido um almoço, sob os auspícios da Companhia União e Indústria, no decorrer do qual o Comendador Mariano Procópio saudou o Imperador e sua comitiva.
Em sua edição de 21 de março de 1858, o “Parayba”, prestigioso órgão de imprensa informava: ” Do dia 20 do corrente em diante, haverá diligências em Petrópolis para a Estação de Pedro do Rio, que partirão de Petrópolis meia hora depois da chegada dos carros que fizeram o serviço da serra, e voltarão de Pedro do Rio a 1 hora da tarde” (7).
(7) O PARAYBA. Petrópolis, 18 de março de 1858, p. 3.
O transporte de passageiros, é importante ressaltar, era feito por diligências, atreladas com duas parelhas de mulas, levando 16 passageiros, incluindo os dois cocheiros. A Companhia “mantinha a seu serviço cerca de 1.000 muares, sendo 400 para os encargos de transporte das diligências e 600 para o carregamento de café, milho e outros produtos entregues a seu cuidado” (8).
(8) TRIBUNA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 28 de maio de 1958.
É também interessante ressaltar que estrebarias, oficinas para reparo das carroças e diligências, foram dispostas em locais estratégicos, ao longo da estrada. Ribeyrolles em seu livro “Brasil Pitoresco”, refere-se a Pedro do Rio como”um pequeno burgo encurralado, que acaba de nascer, em torno da estação que aí estabeleceu a empresa União e Indústria… um dos pontos escolhidos e favorecidos dessa artéria, onde já se avolumam as tropas e os viajantes” (9).
(9) RIBEYROLLES, Charles. Brasil Pitoresco. São Paulo, Livraria Martins Editora, vol. 1, 2ª edição, 1976, p. 214.
João Meyer, imigrante alemão, cujo destino era a Austrália, viajava a bordo do navio Justine, quando uma revolta de seus companheiros contra os maus tratos a bordo, levou o navio a aportar no Rio de Janeiro. Os imigrantes desembarcaram e foram empregados nos serviços da estrada na Serra da Estrela. Terminados os trabalhos, tais imigrantes tomaram diversos rumos. Alguns permaneceram no Córrego Seco, entre os quais João Meyer que abriu um hotel em Pedro do Rio, muito elogiado pelos viajantes. Ribeyrolles, referindo-se ao mesmo, como ” … uma casa limpa e bem fornida, onde se podia jantar e dormir bem, dois prazeres de quem viaja…” (10).
(10) RIBEYROLLES, Charles. Brasil Pitoresco. São Paulo, Livraria Martins Editora, vol. 1, 2ª edição, 1976, p. 214.
João Meyer abriu outro hotel à rua do Imperador, entre a antiga Farmácia Central e o Colégio Santa Isabel, naturalizou-se e chegou a ser eleito suplente de vereador nas eleições de 1857.
Ainda em 1858, outro hotel de propriedade de Joaquim Luiz Ribeiro, que o Almanaque Laemmert para 1861 curiosamente inclui entre as “Casas de Grosso Trato”, funcionou em Pedro do Rio. Inúmeros anúncios foram publicados no jornal “O Parayba”, por seu proprietário, colocando em destaque as qualidades das acomodações e os alimentos oferecidos aos hóspedes. Fato digno de nota, a respeito do citado hotel foram os versos publicados por um de seus hóspedes que se intitulou “O Passageiro” que transcrevemos na íntegra:
“Em Pedro do Rio já tem
Um hotel p´ra (sic) o
passageiro!…
Dá e, chic’ras (sic) de
boneca
Café por pouco dinheiro!!!
Manteiga o cheiro é
rançoso!…
Metade de um tosco pão…
Quatro chic’ras (sic) de
boneca
De água de milho em carvão:
Tudo isto baratinho,
(Para qu’ao (sic) hotel
tornais!)
Pois querem se acreditar,
E pedem só dous (sic) mil
réis!!!” (11).
(11) O PARAYBA. Petrópolis, 5 de setembro de 1858, p. 1.
Outro fator responsável pela evolução da Vila de Pedro do Rio foi a construção da linha férrea de Petrópolis a Pedro do Rio, 3ª seção da Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará, concluída em 10 de fevereiro de 1886.
Como se sabe os trechos da Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará, da Raiz da Serra a Petrópolis, de Petrópolis a Pedro do Rio, de Pedro do Rio a Areal e de Areal da São José do Rio Preto, foram construídos pelos irmãos Calógeras, Michel e Pandiá George e por Luiz Berrini, passando em 1890 ao controle da Leopoldina Railway.
A estação de Pedro do Rio foi fechada em 5 de novembro de 1964, data em que a linha foi suprimida. Várias foram as causas da decadência do transporte ferroviário em nosso país. Entre elas destacamos os elevados custos da implantação de ferrovias, equipamentos absoletos, deficiências operacionais, deteriorização das mercadorias dada a demora na entrega e, principalmente, a concorrência das rodovias com traçados mais funcionais, maior rapidez e eficiência.
Novo impulso tomou a Vila de Pedro do Rio quando o Cel. Domingos de Souza Nogueira criou a “Companhia Suburbana de Melhoramentos de Petrópolis”, mantendo uma linha de ônibus entre Pedro do Rio e Petrópolis que, entretanto, pouco tempo durou. Mais tarde, Américo Augusto da Costa organizou outra empresa, com vários carros marca “Internacional”, com pneumáticos e câmaras de ar, proporcionando aos habitantes dos distritos um meio de condução mais garantido e trafegando entre Barra Mansa e Petrópolis. Posteriormente a empresa foi vendida aos irmãos Freitas, que não tardaram a passá-la a Octávio Augusto da Costa, moço de grande visão, que não poupou esforços para atender às exigências da clientela, já então bastante elevada. Octávio Costa transformou a empresa em “Autobus Ltda.”, trafegando diariamente, cerca de 12 ônibus entre Pedro do Rio e Petrópolis e acabou estendendo a linha até Entre-Rios. Finalmente, a 16 de junho de 1944 as cotas da empresa foram adquiridas por Domingos José Pereira e Orestes B. Pereira, sendo interessante assinalar que, na década de 60, a Autobus foi transformada em sociedade anônima.
A 5 de março de 1915, um grupo de habitantes da vila, constituído por Eugenio Zanatta, José F. Gomes, Antonio Nunes Castilho, Eulálio Vasconcellos, Gabriel E. Vasconcellos, Abílio N. Taboada, Emilio Zanatta, Joaquim D. Teixeira, Antonio Barroso, Serafim da Motta Viseu, Onofre Canedo, José Zanatta, José J. Morgado, Luiz Zanatta e José Antonio Leal, fundou a Sociedade Beneficente União Musical de Pedro do Rio.Tal sociedade se propunha a socorrer seus associados em caso de enfermidade, com certa quantia variável, segundo suas contribuições mensais e manter uma banda musical. Foi estruturada nos moldes daquelas que proliferaram entre 1910 e 1920, no 1º e 2º distritos, fundadas por imigrantes italianos, as quais tiveram um importante papel naquela época em que o trabalhador não possuía nenhuma defesa em caso de enfermidade, nem a proteção das leis sociais hoje em voga como as de acidentes de trabalho, doença e velhice. A Sociedade Beneficente União Musical de Pedro do Rio possuía Estatutos próprios, aprovados em Assembléia Geral realizada a 23 de julho de 1916, que dispunham sobre os fins da mesma, a admissão de sócios, a classificação dos sócios, os fundos sociais, os deveres e direitos dos sócios, as assembléias gerais e o regulamento da Banda, então denominada “Banda União Musical de Pedro do Rio”. É importante registrar que um dos componentes da referida banda, Eugenio Ribeiro Zanatta, filho de Eugenio Zanatta, fundador e presidente da mesma, se distinguiria mais tarde como membro da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal e professor de música da Escola Nacional de Música.
Em 10 de outubro de 1894 uniram-se as figuras mais representativas da localidade para iniciar a construção da Capela de São Pedro, padroeiro do então povoado de Pedro do Rio. Segundo nos informa o Jornal de Cascatinha, neste dia ” reuniram-se o senhores: Cap. Antonio de Souza Lessa, José Dias Lessa, José de Azevedo L. Canedo, Francisco Ribeiro Espindola, José Antonio Fernandes, Joaquim Zeferino de Souza, Theotonio Caetano de Valle, Francisco José Freitas, Ten. Florentino Mariano dos Santos, José Ribeiro Rezende, Domingos Pereira de Araújo, Cap. José Antonio Leal, entre outros, para tratar da edificação do templo católico. A reunião foi presidida por Antonio de Souza Lessa e, na oportunidade, foi eleita uma comissão para presidir os trabalhos, constituída pelos senhores: Antonio de Souza Lessa, Presidente; Custódio José da Rocha, Secretário e José Joaquim Pinto, Procurador” (12).
(12) COSTA, José de Oliveira. Jornal de Cascatinha, Petrópolis, 24 de março de 1935.
Em 7 de abril de 1895, o presidente da Comissão, apresentou, para aprovação, a planta da Capela e o orçamento da obra, sendo a mesma iniciada num terreno doado pelo Dr. José Basílio Magno de Carvalho.
A Capela esteve sob a jurisdição da Paróquia de Cascatinha e, posteriormente, da Paróquia de Itaipava, até que o Decreto do Bispo Diocesano D. Manuel Pedro da Cunha Cintra, datado de 13 de maio de 1951, criou a Paróquia de Pedro do Rio, desmembrando-a da Paróquia de Itaipava.
No dia 20 de maio do mesmo ano foi nomeado Vigário Ecônomo da recém-criada paróquia, o Padre José Franco da Silva, o qual foi festivamente recebido pela população, com fogos de artifício e marchas executadas pela Banda Euterpe de Petrópolis. Saudado pelo sr. Jorge Namé, em nome do Apostolado da Oração de Pedro do Rio, foi empossado pelo Pe. Luiz Brasil Cerqueira, delegado do Sr. Bispo Diocesano que, após ler a provisão pastoral, deu seguimento ao ritual da entrega da estola, chaves do sacrário, do confessionário e do batistério. Seguiu-se a celebração da Santa Missa e a realização de uma cerimônia cívica, discursando na oportunidade várias autoridades presentes ao ato.
Acontecimento do maior significado foi a ordenação, a 11 de julho de 1954, na referida Matriz de Pedro do Rio, por D. Manuel Pedro da Cunha Cintra, com a presença do Bispo Auxiliar de Juiz de Fora, D. Othon Motta, do Pe. João de Deus Rodrigues, filho de uma das mais tradicionais famílias de Pedro do Rio.
Foram vigários da Paróquia de Pedro do Rio: Pe. José Franco da Silva, Pe. Francisco Cirone, Pe. Leonardo Grigoleto, Pe. João de Deus Rodrigues e Pe. Antônio de Pádua Cavalcante (atual).
A 12 de dezembro de 1905, atendendo a uma das maiores aspirações da população, a luz elétrica chegou a Pedro do Rio. Tal fato tornou-se possível, graças aos esforços dos prestigiosos chefes políticos do Município, Dr. José de Barros Franco Júnior, Cel. Antonio José Teixeira e Dr. Luís de Oliveira, junto ao chefe do executivo Dr. Arthur Alves Barbosa. Consideráveis esforços neste sentido, é justo que se reconheça, foram desenvolvidos pelo Dr. Nilo Peçanha, quer junto à Companhia Brasileira de Energia Elétrica, quer junto ao Banco Construtor do Brasil, fato que tornou possível uma velha aspiração do povo da localidade. Estiveram presentes ao ato de inauguração da iluminação elétrica, inúmeras autoridades, destacando-se o Cel. José Mattoso Maia Forte, Secretário do Estado, representando o Dr. Nilo Peçanha; Arthur Barbosa, chefe do executivo municipal; Leopoldo Bulhões; José de Barros Franco Júnior; Cel. José Land; Major Theophilo de Carvalho, entre outros. Após os discursos do Dr. Barros Franco e do Dr. Maia Forte, teve lugar um lanche no Cinema União.
Em 29 de setembro de 1933, foi fundada a Sociedade Musical e Sportiva de Pedro do Rio, sendo sócios fundadores Octavio Augusto da Costa, Alberto Nascimento Taboada, Vitorino Gonçalves Leonardo, Manoel Augusto da Costa, Berilho Dias, Antonio Gomes. Antonio Nascimento Taboada, Nelson Machado, Gilberto de Carvalho e José de Oliveira Costa. No ano seguinte ao de sua fundação já possuía 213 associados. Desenvolvendo intensa atividade social, comenta o Jornal de Cascatinha, em sua edição de 30 de setembro de 1934, “a referida sociedade reorganizou os esportes em Pedro do Rio, realizando no seu primeiro ano de existência vinte e quatro partidas oficiais de futebol. O time da Sportiva era formado por Trajano, Milote, Antonico, Freitas, Mineiro, Surenga, Juca, Vital, Morgado, Abrantes e Guido (Capitão). O artilheiro do time naquela temporada foi Guido com dez gols” (13).
(13) Jornal de Cascatinha, Petrópolis, 30 de setembro de 1934.
A sociedade tinha como madrinha Hilda Zanatta e como um de seus maiores colaboradores o Cel. Antonio José Teixeira.
Em 1885, segundo nos informa Hercília Q. de Vasconcelos “funcionou em Pedro do Rio, num velho prédio, uma Escola Pública feminina, dirigida pela professora Augusta dos Santos e em 1900 entrou em funcionamento a Escola Mista, que teve como regente Angélica Maria Guimarães Silva” (14).
(14) VASCONCELLOS, Hercília Q. de. Jornal de Cascatinha, Petrópolis, 30 de setembro de 1934, p. 3.
Daí por diante o ensino então denominado primário evoluiu gradativamente. Em 1938 encontramos no 4º Distrito 4 escolas municipais, 1 escola subvencionada, 2 escolas particulares e duas escolas estaduais.
Foram regentes das escolas municipais: Marietta Gouvêa Xavier (Pedro do Rio), Isabel Imbeloni Braga (Secretário), Claudina T. de Carvalho (Fagundes) e Nayde Antunes de Souza ( Sardoal). Já as escolas estaduais tiveram como regentes: Anna Soares de Freitas, até 1924, sendo substituída por Leonor Cony dos Santos, que permaneceu no cargo até 1930, ocasião em que foi substituída por Hercília Queiroz de Vasconcellos (sede da Vila), sendo importante ressaltar que esta escola foi criada por Nilo Peçanha, em 1915 e Maria da Gloria C. Arnizaut (Granja do Cedro), todas distinguidas por sua competência e dedicação à causa da educação.
Na Escola Municipal de Pedro do Rio, criada pelo Ato nº 611, de 20 de maio de 1936, pelo então Prefeito Municipal Nestor Ahrends, se destacaria mais tarde, a partir de 1947, a professora Alzira da Gloria Mello, filha da renomada educadora Maria Philogonea Tre, que soube conquistar a admiração e o respeito de seus alunos, tendo sido elogiada por seus superiores através da Portaria nº 2025, de 20 de janeiro de 1955.
Em 29 de junho de 1945, a vida cultural da Vila de Pedro do Rio foi enriquecida com a fundação de A FOLHA, cujos diretores responsáveis J. Saldanha Britto e Jorge Namé, souberam cobrir os acontecimentos de maior relevância do distrito.
Grata recordação evocam as peças teatrais dirigidas pelo saudoso Jorge Namé. O Jornal de Cascatinha, em sua edição de 10 de outubro de 1937 anuncia “a peça teatral intitulada “Ecce Homo”, em quatro atos e 15 quadros, apresentada no Tijuca-Teatro, tendo nos principais papeis Inah Ribeiro, Cristina Leitão, Olga Canedo, José Batista Xavier, Orlando Muniz e Jorge Namé, sob a direção deste último” (15).
(15) JORNAL DE CASCATINHA, Petrópolis, 10 de outubro de 1937.