“VOU À AVENIDA”
Joaquim Eloy Duarte dos Santos, Associado Titular, Cadeira n.º 14 – Patrono João Duarte da Silveira
Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe
É comum até os dias de hoje os moradores de Petrópolis dizerem “Vou à Avenida”, quando na verdade o nome do logradouro é Rua do Imperador. É uma história curiosa.
A rua do Imperador vem dos tempos da monarquia, quando os principais logradouros do Quarteirão Vila Imperial receberam os nomes de membros da Família Imperial. Exemplos: rua Princesa D. Francisca, rua Princesa D. Januária, rua do Imperador, rua da Imperatriz, rua Princesa Isabel, rua Princesa D. Leopoldina, praça Príncipe Grão Pará, rua Dom Afonso.
Com a mudança do regime, no dia 15 de novembro de 1889, tornando o país uma república federativa, cerca de um mês depois a nova ordem política republicana exigiu da Câmara Municipal de Petrópolis a mudança dos nomes dos logradouros, numa clara intenção de apagar a memória da monarquia. Assim, a rua Princesa D. Francisca virou rua General Osório; a rua Princesa D. Januária, Marechal Deodoro; a rua do Imperador, avenida 15 de Novembro; a rua da Imperatriz, avenida Tiradentes; a rua Princesa Isabel, Treze de Maio; a praça Príncipe Grão Pará, praça da Liberdade; e a rua Dom Afonso, avenida Koeler.
Cuidemos da rua do Imperador, anteriormente avenida 15 de Novembro. Seu primeiro nome foi trocado em 5 de dezembro de 1889, pouco menos de um mês depois da mudança do regime, com a chegada da República. Assim, passou a denominar-se Avenida 15 de Novembro. Por muitos anos, a rua do Imperador, rebatizada avenida 15 de Novembro, foi inteiramente adotada pela população, que a denominava simplesmente “avenida”.
No entendimento dos nossos legisladores, com o apoio dos estudiosos de nossa história, resolveu-se restaurar os antigos nomes das ruas do Imperador e da Imperatriz, o que ocorreu nos anos de 1979 e 1983 respectivamente, desaparecendo de nossa nomenclatura urbana a avenida 15 de Novembro e a avenida Tiradentes.
O povo, no entanto, jamais deixou de referir-se à rua do Imperador como “avenida”, o que perdurará por muitos e muitos anos à frente.
Então, “- Vamos à Avenida?”; “- Minha loja é na Avenida ; “ – Moro na Avenida”.
E pelo traçado urbanístico e relevância histórica, afinal, a rua do Imperador é mesmo uma larga avenida.