GUAPIMIRIM

Antônio Izaías da Costa Abreu, Associado Titular, cadeira nº 3

DISTRITOS: Guapimirim ( distrito único )

EMANCIPAÇÃO: Lei n.º 1772, de 21 de dezembro de 1990

INSTALAÇÃO: 01 de janeiro de 1993.

O município de Guapimirim criado pela lei n.º 1772, de 21 de dezembro de 1990, teve seu território desmembrado do município de Magé no qual figurava como 3.º distrito. A área foi habitada até meados do século XVII, como a de todo o recôncavo guanabarino, pelos tamoios, quando estes não mais podendo sustentar luta com os desbravadores foram-se retirando para o sul da capitania. O lastro exploratório da região verificou-se com a concessão de sesmarias após a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro. Em cada uma delas a demonstração de cristandade e fé do sesmeiro se fazia através do levantamento de capela ao culto do santo de sua devoção. Assim é o caso da igreja de N. S.ª de Guapimirim. Sobre a sua fundação diz Monsenhor Pizzarro: “Em outra ermida dedicada a N. S.ª da Ajuda pelos fundadores Pedro Gago e seu irmão Estevão Gago, no distrito que do nome do rio próximo se conhece como o de Cernambytyba ou Saranabitiba, foi criada a paróquia denominada Aguapeí-Mirim desmembrando-se da freguesia de Santo Antônio de Sá o território que se adjudicou e nenhuma dúvida a respeito da sua antiguidade antes de 1674, por existirem datada na mesma Era as Constituições ali deixadas pelo prelado Silveira, depois da sua visita geral da Diocese, para bom governo e direção dos capitães curados”. ( In: “MEMÓRIAS HISTÓRICAS DO RIO DE JANEIRO”, v.3, p. 202/202v – Ed. Impremsa Nacional – 1945 ). Decadente esse templo substitui-lhe como matriz o de N. S.ª da Conceição, distante ¾ de légua o qual fora levantado em 1713, pelo Padre Antônio Vaz Tavares, até Antônio Pacheco Barreto doar outeiro chamado de Ingranamixamas, perto do rio Aguapeí-Mirim, conforme escritura pública de 12 de novembro de 1729, fls. 119 do livro 2 de Batismo e Óbito, e que deu início à construção de um novo templo com paredes permanentes de pedra e cal, concluída em dezembro de 1753. Foi numerada entre as igrejas firmes pelo Alvará de 15 de janeiro de 1755, sevindo como primeiro pároco o padre Antônio Ribeiro Rangel. Tinha por filiais as capelas de Sant`Ana, fundada em “Calundu” por Gaspar da Silva Borges, com provisão de 24 de julho de 1730; N. S.ª das Cabeças de Magepe-Mirim, cujo fundador se desconhece e N. S.ª da Conceição, construída por Antônio de Amorim Lima, em sua fazenda , intitulada dos “Amorim”, com provisão de 07 de novembro de 1731. Até 09 de julho de 1789, pertenceu a freguesia de N. S.ª da Ajuda de Guapimirim ao termo de Vila de Santo Antônio de Sá, incorporando-se então ao de Magé, face à autonomia alcançada nessa data. Em 1865, lei prov. n.º 1309 de 29 de dezembro, transfere a sede da freguesia para o Arraial do Bananal, atual “Parada Modelo”, onde havia uma capela; mais tarde essa disposição é revogada. Guapimirim, que esteve algo recolhida no marasmo do tempo, recebe, no entanto, grande impulso após a inauguração, em 19 de setembro de 1908, da Estrada de Ferro Teresópolis, obtendo condições de exportar para os grandes centros sua produção cafeeira e as lavouras de sustentação como a de milho, mandioca, arroz, feijão e outros, até então realizadas em escala mínima, face a precariedade de transporte. O distrito não mais deixou de mostrar acentuado progresso, o qual logo despertou em seus labriosos habitantes a natural necessidade de administração própria. Assim, o sentimento de autonomia, impossível de ser ocultado ou dominado, teve consagração em consulta plebsitária de manifestação positiva. Em 21 de dezembro de 1990 a lei n.º 1772, elevava Guapimirim à condição de município tendo a instalação verificando-se em 01 de janeiro de 1993, com posse de seus dirigentes. Conta apenas com o distrito-sede.
( Autor do Brasão Municipal – prof. José De Cusatis )