TRIBUTO MERECIDO
Joaquim Eloy Duarte dos Santos
Na última sexta-feira, 4 de novembro, tive a oportunidade de assistir belíssimo trabalho da cineasta Bel Noronha, no Espaço Multimídia do Museu Imperial : documentário com duração de 26 minutos narrando a epopéia da construção do cartão de visitas do Brasil, o Cristo Redentor.
A cineasta, que é neta do arquiteto-engenheiro Heitor da Silva Costa (1873-1945), criou uma obra de arte cinematográfica de pesquisa e sob muito carinho e emoção desmistificando a lenda de que o Cristo do Corcovado foi obra francesa.
Como arte de cinema, o documentário é perfeito, uma obra-prima, com imagens da época, entrevistas com participantes da epopéia e alguns descendentes de figuras notáveis envolvidas no projeto; excelente montagem, muito agradável de ver e sentir, atingindo à comoção quando se conclui que o coração, o idealismo e o entusiasmo embalaram todos aqueles que viveram aqueles mágicos dias.
Em verdade, o grande arquiteto, nascido carioca e petropolitano de coração, Heitor da Silva Costa, foi o grande nome do feito que dotou o Rio de Janeiro do mais expressivo e conhecido monumento religioso, conhecido e admirado em todo o Mundo.
Heitor da Silva Costa, sob total cobertura do Cardeal D. Sebastião Leme e com a participação popular na arrecadação de fundos, conseguiu edificar a obra, montada em cimento armado e com revestimento impermeável. Foi inaugurada no ano de 1931.
O extraordinário profissional, dentre grandes obras, aqui em Petrópolis, foi o arquiteto-construtor do Trono de Fátima, da “Vila Itararé”, aquele mimo de nossa Avenida Koeler, da majestosa Catedral de Petrópolis, da capela do Colégio N. D. de Sion, na hoje Universidade Católica de Petrópolis, na rua Benjamin Constant. Em âmbito nacional, diversos monumentos e prédios no Rio de Janeiro e outras cidades brasileiras.
O professor e historiador Jeronymo Ferreira Alves Netto publicou uma biografia de Heitor da Silva Costa em seu último livro “Brasileiros Ilustres em Petrópolis”, editado no corrente ano de 2005.
Assim, juntando-se as pedras, edifica-se o monumento do conhecimento da vida e obra de Heitor da Silva Costa, que andava esquecido pela grande injustiça nacional que é a falta de interesse e o pouco caso que se emprestam, na atualidade, ao estudo da história e ao reconhecimento que se devem prestar aos marcantes vultos que edificaram nosso passado.
Vivemos em um mundo onde a auto-estima está por baixo, o que nos priva da admiração e respeito a um vulto como Heitor da Silva Costa. Como nem tudo esta perdido, o professor Jeronymo escreveu a biografia e a cineasta Bel Noronha oferece-nos esse maravilhoso resgate.