O COLONO PEDRO EPPINGHAUS

Jeronymo Ferreira Alves Netto, associado titular, cadeira nº. 15, patrono Frei Estanislau Schaette

Pedro Eppinghaus, nascido em Wesel (Reno-Prússia), em 11 de fevereiro de 1830, veio para o Brasil em companhia de seus pais Theodoro e Katrim Lakes Eppinghaus. Até então, havia sido criado pela avó, professando a fé católica, ao contrário dos pais que eram protestantes, tendo aqui chegado aos 15 anos de idade.

Pouco tempo depois de sua chegada a Petrópolis, foi trabalhar no Rio de Janeiro, numa indústria ligada ao ramo de madeiras. Ali adquiriu uma doença nas mãos que, apesar de tratamento específico, não apresentava melhoras. Este fato o trouxe de volta a Petrópolis em busca de recuperação.

Em nossa cidade conheceu Catharina Magdalena Conrad. Viúva do colono Jacó Feldmann, vizinha de seus pais e onze anos mais velha que ele, com quem se casou em 6 de janeiro de 1850 (1).

(1)Livros de Assentamento de Casamentos da Igreja Evangélica: A-42-2345-6-1-1850.

Catharina Magdalena Conrad, nascida em Aachen, em 19 de janeiro de 1819 era filha de João Nicolau Conrad e Maria Catharina Conrad.

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Catharina Magdalena Conrad e Pedro Eppinghaus, casados a 06/01/1850 em Petrópolis.
(Acervo da família).

O casal Pedro-Catharina deixou uma descendência de três filhos:

1 – Pedro Theodoro, nascido em Petrópolis em 3 de janeiro de 1851 e falecido em 13 de dezembro de 1892.

Pedro Theodoro casou-se com Emma Catharina Reichelt, em 1º de junho de 1878, com quem teve dois filhos:
Eugênia Ester e José Pedro;

2 – Guilherme, nascido em Petrópolis em 16 de janeiro de 1854 e falecido a 5 de abril de 1944.

Guilherme casou-se com Deolinda Hingel Eppinghaus, em 23 de julho de 1890, com quem teve quatro filhos:

Olga Clotilde, Bertha Francisca, Guilherme Pedro e Alzira Eugênia.

3 – Catharine Rosine, gêmea de Guilherme, nascida em Petrópolis em 16 de janeiro de 1854 e falecida em 20 de novembro de 1908.

Catharine Rosine casou-se com Henrique Knecht, em 22 de novembro de 1879. Seu marido, natural de Sulzheim (Alemanha) era filho de Joseph Knecht e Magdalena Knecht.

O casal teve uma única filha, Magdalena Francisca Knecht, nascida em 7 de novembro de 1884 e falecida em 27 de dezembro de 1960.

Henrique Knecht, cumpre ressaltar, foi um dos primeiros floricultores de Petrópolis, Em sua propriedade, localizada à Rua Souza Franco, prazo de terras nº 2210 (Quarteirão Palatinado Inferior), cultivou plantas e flores raras, inclusive a notória “Flor do Himalaia”.

Em Petrópolis Colônia, segundo nos informa Fróes, “as fábricas de móveis e oficinas de marceneiros eram muitas. A de Conrado Vog, na antiga Rua da Matriz, hoje Rua da Imperatriz, a de Lemche Irmãos, a de José Zimmermann, a de Guilherme Nicolay, a de Henrich Luiz Jaeger e a de Theodoro Eppinghaus” (2).

(2) FRÓES, José. Petrópolis Colônia. Petrópolis, Suplemento da Tribuna de Petrópolis, 29 de junho de 1952.

Pedro Eppinghaus que também era marceneiro, trabalhou com o pai e, após a partida deste para Jacareí (SP), continuou exercendo sua profissão em nossa cidade.

Seu filho mais velho, Pedro Theodoro Eppinghaus, tornou-se construtor, estabelecendo-se com uma firma à Rua do Imperador, nº 32.

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Emma Catharina Reichelt casou com Pedro Theodoro Eppinghaus em 01/06/1878
(Acervo da família)

Seu outro filho Guilherme Eppinghaus manifestou desde cedo grande inclinação para o comércio. Assim, depois de trabalhar na “Casa Molitor” e, posteriormente, na Casa “Livro Verde”, ambas de grande renome, sendo a última de propriedade de Ernesto José Olive, abriu seu próprio negócio à então denominada Avenida 15 de Novembro.

Pedro Eppinghaus faleceu em Petrópolis, a 28 de julho de 1906, deixando naqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo a imagem de um homem polido, sincero, tão fiel à sua fé católica, que tinha sempre às mãos “santinhos com salmos” que, discretamente, fazia questão de distribuir aos mais chegados.